Em 20 de setembro, pela editora Escopo, com ilustrações do embaixador Augusto Estellita Lins, publico meu livro de estreia, Contra os Moinhos de Vento – coletânea de poesias e prosas poéticas escritas entre 1975 e 1978. Morando em Brasília e diplomata ainda em começo de carreira, fico surpreso com o número de colegas e amigos que prestigiam o lançamento.

 

Por causa de “Contra os Moinhos de Vento”, conheci Antonio Houaiss, um “Quixote” que, por suas ideias, sofreu discriminações na carreira diplomática e teve seus direitos políticos cassados. Mas que, apesar de tudo, se dizia incapaz de ódios e ressentimentos. Um gastrônomo perfeccionista que me ensinou a valorizar o sabor das palavras e a temperá-las com responsabilidade – porque a língua escrita, ele insistia, é que permite a humanidade produzir todas as ciências, todas as grandes artes, todas as formas de cultura para se aprimorar e evoluir. Assim, uma carta de meu querido Antonio Houaiss vira prefácio e resulta em outra, que compõe o primeiro capítulo de nossa história. Às vezes, releio as cartas do professor. A que mais me emociona traz o registro de nascimento de nossa amizade. Palavras de afeto – impressas no papel – que me são encorajamento para perseverar no ofício de escrever.


Daqui vamos para 1981, ano em que decido deixar a carreira diplomática.